terça-feira, 15 de outubro de 2013

Sugestões de Atividades - Português
(Aprofundamento de estudo - 9º ano)


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sábado, 12 de outubro de 2013


            Uma revolução no                  ensino. Outra?
Data: 13/10/2013
Veículo: VEJA 
Editoria: CLAUDIO DE MOURA CASTRO 
Página: 22

Na história da educação não faltaram oráculos anunciando alguma épica revolução. A imprensa de Gutenberg foi a primeira. Embora tenha sido uma das poucas a causar abalo, não desempregou professores, como se temia. Com o correio, inaugura-se o ensino por correspondência. Mas a escola continuou impávida. O cinema substituiria as escolas. Não aconteceu. A televisão foi a profecia seguinte. Arranhou, mas não revolucionou.


Com clarins estridentes, foi anunciada a chegada do computador à escola. Os obesos mainframes viraram PCs; depois, notebooks, tablets e smartphones. Some-se a isso a internet, ligando tudo a todos. Veio a tal revolução digital?


Por razões que a todos surpreendem, a maioria das escolas não digere os computadores. Antes, hostilmente os rejeitava. Agora, diz que os ama, mas não consegue usá-los. Nos países em que foram avaliados, como um todo, os programas de informática na escola foram um desapontamento. Softwares criativos e fascinantes não aterrissam no aprendizado do currículo. Adoção em massa, só de mimeógrafo. xerox e projetores - que, embora convenientes, nada inovam na pedagogia.


Fora da escola acadêmica, os computadores dão certo. A educação informal os utiliza bem e, em alguns casos, os utiliza muito. Pesquisas mostram mais aprendizado por parte de alunos com computadores em casa. Estudo recente do Positivo identificou um uso intenso das redes sociais entre os alunos, em fóruns de discussão criados por eles e com mínima participação dos professores. Dito isso, quero ser o oráculo de uma revolução tecnológica: hoje é possível levar a qualquer brasileiro a melhor aula expositiva do mundo, a um custo que se aproxima de zero. Como assim?


Se o melhor dos melhores professores gravar uma aula, com o auxílio de todos os recursos audiovisuais, estúdios e direção, essa aula será melhor do que sua versão ao vivo, nua dos complementos da produção. Portanto, substituiria a exposição do professor, monotonamente repetida.


E, se ela for vista por muitas pessoas, o custo por aluno será ridiculamente baixo. O Telecurso 2000 é um belo exemplo, pois nenhum professor é capaz de dar uma aula tão perfeita. A produção dos vídeos custou 30 milhões de dólares. Mas, como 6 milhões já se formaram, o custo por aluno é de 5 dólares apenas! Por aula, é um centavo. É ou não é uma revolução?


Na esteira desse salto quântico na tecnologia, aparece uma multidão de iniciativas. A Kahn Academy é das mais conhecidas. Coursera e outras entram em cena, oferecendo ensino de massa e gratuito. Como sou carapina amador, aprendo a trabalhar com vídeos dos melhores marceneiros do mundo. É um privilégio ao alcance de todos. Esse avanço nos leva a duas encruzilhadas. A primeira é saber se haverá um casamento do EAD (ensino a distância) de massa com o ensino acadêmico e seus diplomas. Como fica um biólogo educado no computador e a custo zero? Super aulas de graça sem diploma ou aulas chatas com diploma? Nos Estados Unidos, começa-se a falar de educação na nuvem com diplomas oficiais. O ensino tradicional tem boas razões para tremer nas bases. A segunda nasce do fato de que uma aula expositiva é apenas um pedaço de uma educação de qualidade. Como fica o resto, que envolve aplicação, prática e depende da interação entre alunos e professores? Há um sem-número de alternativas, presenciais ou a distância. Em algumas, como o Telecurso, há um monitor na sala de aula. Mas existem cursos EAD em que uns poucos tutores atendem os alunos, via internet. E outros com muitos tutores. Há versões em que a inteligência artificial, instalada nos computadores, substitui a atenção pessoal do professor. Obviamente, os custos variam. Há cursos EAD mais caros que seus correspondentes presenciais. E há cada vez mais cursos gratuitos.


Embora os cursos a distância possam apresentar rendimentos equivalentes ou melhores, não somos capazes ainda de destrinchar os méritos da multiplicidade de alternativas existentes e a existir. Só dá para prever que o curso presencial puro está ameaçado. Mais outra revolução que vai gorar? Ou um realinhamento nas formas de ensinar, trazendo terremotos à organização do ensino?

Fonte: http://cliente.linearclipping.com.br/cnte/detalhe_noticia.asp?cd_sistema=93&codnot=8203635